sábado, 12 de março de 2011

 

Ligado em 220 volts: Rodrigo Santos mostra a urgência de se reinventar

 Por: Flavia Tenente 10/03/2011

Com quase 30 anos de estrada, o baixista do Barão Vermelho fala dos inúmeros projetos que administra e diz remar contra a maré para conquistar o público com a carreira solo

O multifacetado Rodrigo Santos está a todo vapor. Com quase 30 anos de estrada, o músico soma cinco turnês internacionais, mais de 30 discos gravados com o Barão Vermelho, Lobão, Kid Abelha, Léo Jaime, Miquinhos Amestrados, Os Britos, Moska, e atualmente está envolvido em muitos projetos.
Para começar, Rodrigo pode ser visto na badalada performance na Boate Praia, na Lagoa, Rio de Janeiro, que, programada apenas para o mês de janeiro, virou sucesso e agora acontece até o final de março. As apresentações do músico fazem parte do projeto Lua na Areia, que tem como principal objetivo agitar o verão do Rio com grandes atrações semanais, numa mistura de arte, cultura e música brasileira.
O Power Trio Rodrigo Santos toca todo domingo à 1 hora da manhã, com participações especiais de gente do quilate de Toni Garrido, Claudio Zolli, Evandro Mesquita, Marcelo Novaes e Marcelo Serrado. No repertório, músicas que passeiam pela carreira de Rodrigo, Fernando Magalhães e Kadu Menezes, além de faixas presentes no álbum Waiting on a Friend, terceiro de sua carreira solo.
Mas os trabalhos do artista não param por aí. Na extensa lista de projetos ainda entram a Kombi Elétrica, a campanha Estrelas do Bem, a produção do CD de Marília Bessy, o lançamento de seu primeiro DVD solo e muito mais.
- Lançamento do DVD - Produzido por João Elias Junior, o DVD, dividido em duas partes, será um registro visual dos trabalhos Um Pouco Mais de Calma, O Diário do Homem Invisível e Waiting On a Friend. Com participações especiais de Ney Matogrosso, Frejat, Isabella Taviani, Leoni, Miquinhos Amestrados, Milton Guedes e Billy Brandão, o evento ficou dividido em duas partes: uma no Teatro Ipanema e outra aproveitando os shows da chamada Kombi Elétrica, projeto que teve início em 2010, e representa uma passagem pela história do rock and roll. Um detalhe para os foliões roqueiros: a “kombi” vai virar um bloco de carnaval, revela o próprio Rodrigo Santos.
Aos fãs vale lembrar que o DVD está previsto para chegar ao mercado entre os meses de abril e maio.
- Estrelas do Bem - O projeto é uma homenagem em reconhecimento às estrelas de primeira grandeza que tanto bem fizeram à mente e ao coração dos que habitaram suas plateias, provocando o riso e a emoção. Nele, Rodrigo marca presença como embaixador musical, e assina a autoria da música tema. Adotado hoje por mais de 60 artistas, entre eles Ana Maria Braga, Leo Jaime, Frejat, Pepeu Gomes e Geraldo Azevedo, o Estrelas do Bem é uma ação sócio cultural realizada pela AJESP (Associação dos Joalheiros e Relojoeiros do Estado de São Paulo) e Retiro dos Artistas, em parceria com o IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos). Através da ação, um modelo de joia confeccionado em ouro 18K tem a renda de suas vendas arrecadada e doada 100% para o Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro.
- Longa O Abajour - Produzido pelo fotógrafo, e agora cineasta, Marcoz Gomez, o longametragem O Abajour terá trilha instrumental e duas músicas compostas por Rodrigo, músicas estas que estarão em um próximo disco de inéditas, que já está sendo planejado mas ainda não teve seus detalhes divulgados.
O “Abajour” é a história de Guilherme (interpretado pelo ator Alex Reis), um rapaz que conquista um padrão de vida invejável. Mora em um sofisticado apartamento no Leblon, namora a filha de um advogado conceituado e de bastante prestígio na sociedade carioca. Guilherme é para as pessoas uma referência de “bom moço”, pela maneira gentil e atenciosa com que trata os amigos, mas por trás de todas essas qualidades ele esconde um segredo que lhe pode custar muito caro. Trabalha como “abajour”, um tipo de informante “X9” da polícia corrupta do Rio.
- Documentário Front - Com o provável título Front, Por Trás Das Linhas De Frente, o documentário, que ainda está no papel, pretende contar a história da banda Front, fundada em 1983. Mesmo fazendo milhares de shows em danceterias, festivais, festas e sendo sempre apontados como o melhor show das casas por onde passava, o Front ficou apenas no limiar de chegar ao mercado. A trajetória durou aproximadamente 10 anos e não saiu do underground. Enquanto banda, os integrantes não conheceram o sucesso, mas individualmente se destacaram.
Segundo Rodrigo Santos, o Front foi um grupo que não aconteceu, já que seus integrantes se separaram para investir em outros caminhos de sucesso.
“O Front é um The Wonders ao contrário. A gente existiu mas acabou antes de emplacar algum hit. Mas acho importante contar a nossa história que é importante para música”, explica o músico, sem falsa modéstia.
Antenado e conectado
Se autodenominando um artista ligado em uma tomada 220 volts, Rodrigo Santos revela que estar em tantos projetos ao mesmo tempo é uma forma de evoluir e contribuir para cultura. Em todos os seus trabalhos, ele diz tentar mostrar que é preciso remar contra a maré, se reinventar e buscar um espaço que ainda existe no mercado. Uma das alternativas para antigir esse mercado e conquistar seu público está na internet. Atualmente Rodrigo mantém o web site (http://www.rodrigosantos.com.br/) e interage com seus fãs através de perfis no Facebook, Orkut e no Twitter.
“As redes sociais e sites como o YouTube tornaram-se grandes aliados na divulgação em massa, disseminando informações e música em um curto espaço de tempo, possibilitando também uma troca entre artistas e fãs”, analisa Rodrigo.
É através delas que o público elogia, critica, participa, dá sugestões e divulga. E é com as redes socias que artistas consagrados e desconhecidos divulgam seu trabalho e criam expectativas para os próximos lançamentos.
Uma das intenções de Rodrigo com essa exposição é mostrar sua imagem solo. O objetivo é que as pessoas conheçam sua música e saibam seu nome, não sendo assim conhecido apenas como o baixista do Barão Vermelho.
“Tenho muitos amigos no mundo da música, que me apoiam e que me ajudam muito, mas uma das grandes forças que fazem o meu trabalho crescer está no meu público”, sentencia.

O FLUMINENSE

Nenhum comentário:

Postar um comentário